Discurso Revelador

Segundo o monge Matthieu Ricard, que acaba de lançar A revolução do altruísmo, dependemos dessa atitude para sobreviver.

Fruto de cinco anos de pesquisa, a mais recente obra de Matthieu Ricard, A revolução do altruísmo, lançada no Brasil pela Palas Athena Editora (e em sua sétima edição na França), levanta questões fundamentais para o futuro de uma sociedade que apostou todas as suas fichas nos recursos “inesgotáveis” do planeta, resultando em uma economia de mercado predatória e em uma cultura de competição que fragiliza o convívio, a confiança mútua e os princípios éticos que sustentam famílias e instituições.

Segundo o autor, considerado uma das 100 pessoas mais influentes da atualidade, a humanidade hoje enfrenta três desafios monumentais: garantir condições dignas de vida, melhorar a satisfação com a vida e proteger o nosso planeta. Matthieu destaca ainda que o altruísmo é a atitude fundamental perante estes desafios. “O altruísmo aumenta a qualidade e eleva o sentido das nossas vidas e dos nossos descendentes; na verdade, a nossa própria sobrevivência pode até depender dele, temos de ter o discernimento de reconhecer isso e a audácia de o dizer”, afirma.

O ponto de partida desta importante obra do monge escritor é que há um pressuposto na psicologia, na economia e na evolução de que o homem é essencialmente egoísta. Mas pesquisas científicas no âmbito da psicologia, biologia evolutiva, economia e neurociências demonstram que todos sentimos, em diferentes graus, amor altruísta ou compaixão por aqueles que sofrem e um senso de responsabilidade e boa vontade para com os nossos semelhantes e os animais.

A Revolução do altruísmo é um encontro transdisciplinar no qual o rigor científico e a experiência do autor abrem uma nova perspectiva sobre a natureza humana. Uma obra de fôlego – 720 páginas –, que neodarwinistas e neurocientistas defendem como um divisor de águas, por ampliar a compreensão em torno da teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin.

Fonte: 29 H