Bicicleta nas comunidades
- Rosa Carvalho
- 14 de out. de 2014
- 2 min de leitura

Enquanto o modal ganha espaço nos centros urbanos, na periferia ele já é usado há muito tempo
Cada vez mais se fala de bicicleta e se vê bikes por aí. Não é surpresa, aos poucos e devagarinho a bicicleta vai ganhando as ruas das grandes cidades. Em São Paulo, o centro expandido começa a ter alguma infraestrutura exclusiva para bicicletas e o modal ganha visibilidade e respeito no meio do tráfego.
No entanto, se a bicicleta começa a cair nas graças do povo que vive no centro, nas perifeiras ela já é realidade há um bom tempo. Não porque é saudável, porque é ambientalmente amigável ou porque ajuda a resolver o problema da mobilidade urbana, mas porque em alguns casos ela é a única opção para a população de baixa renda que sequer consegue custear o caro e ineficiente transporte público.
Mas este cenário vem mudando. Não, não estamos falando que os moradores da periferia estão começando a usar a bicicleta por idealismo. Na verdade, com a elevação da renda dos moradores das chamadas “cidades informais”, um dos primeiros fenômenos que acontecem é a troca da bicicleta por uma moto. Segunda a última pesquisa “Origem e Destino do Metrô de São Paulo”, enquanto as viagens de bicicleta aumentaram 70% no centro expandido, elas diminuíram em mais de 50% nas periferias.
Pegando um gancho desse cenário, em julho a casinha d’oGangorra sediou o evento “Papo Reto: Como incentivar a bicicleta em comunidades”. Organizado pela galera do Bike Anjo e da Embarq Brasil – que apresentou um relatório lindo sobre como implementar infraestrutura cicloviária em comunidades/periferias –, o evento não só mostrou que é possível incentivar os moradores das periferias a continuarem pedalando (e pra isso é necessário criar infraestrutura que estimule o uso desse modal em comunidades), como trouxe exemplos práticos, que listamos a seguir:
Red O CARA
A rede latinoamericana é uma plataforma que reúne diferentes iniciativas práticas para que crianças e adolescentes se desloquem no trajeto casa-escola-casa a pé ou de bicicleta. O motivo: combater o sobrepeso e a obesidade, problemas que já acometem cerca de 30% das crianças brasileiras. Saiba mais em: www.redocara.com
Pedala Zezinho
Organizado pelo Instituto Aromeiazero, o Pedala Zezinho é um evento anual no bairro do Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, que não só reforma bicicletas velhas como ensina os jovens da comunidade a reformá-las, capacitando-os assim para a mecânica de bicicleta e ajudando-os a entrar nesse mercado de trabalho. Saiba mais em: http://aromeiazero.org.br/
Pedal Social
O projeto, realizado pelo Instituto Mobilidade Verde, começou em 2012 com cinco bicicletas que eram emprestadas gratuitamente para moradores de periferia usarem como meio de transporte. Hoje são 23 no bairro do Jardim Helena e 150 em Paraisópolis. Saiba mais em: www.pedalsocial.com.br
Enquanto o modal ganha espaço nos centros urbanos, na periferia ele já é usado há muito tempo
Fonte:29 horas
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